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Solo Adventurers Joana & Daniela

Daniela, a antropóloga que olha com humanidade

Atualizado: 27 de jun. de 2021


Solo Adventurer não é (só) um viajante, é antes de mais uma pessoa que gosta de olhar para o mundo e agarrá-lo com as mãos e o coração. É também quem leva as causas e as injustiças dos outros como suas e não desiste em querer fazer mais pelo bem comum. A Daniela é antropóloga e o que quer dizer isso? Leva a sua humanidade ao limite. Observa o homem como ciência, no seu todo. Esta é a história de como alguém não se resumiu aos livros e arrancou para o terreno na tentativa de atenuar aquilo que magoa.

-Sinopse de uma amizade-

Ambas viemos ao encontro uma da outra sem saber, enquanto procurávamos ser mais com a Academia de Líderes Ubuntu. A Daniela é uma mulher sorridente que transmite calma e sensatez (dentro dela só podemos imaginar se é realmente o que transmite aos outros à primeira vista, mas acredito que é mais ainda do que qualquer característica positiva que possamos idealizar).

A Daniela contou parte da sua história nessa mesma Academia, focou-se num momento muito importante da sua vida e com maior relevância ainda para o mundo. Hoje trazemos essa partilha até ti. Eu fiz-lhe o convite, ela gentilmente aceitou.

-Sinopse sobre a Daniela-

Daniela de nome cresceu com a infância sonhadora de querer ser muitas coisas em pouco tempo - ora astronauta, ora advogada...ou ainda bióloga. Mas aos tenros 13 anos a indecisão na procura pela sua paixão terminou. Uma professora de geografia licenciada em antropologia trocou-lhe os caminhos sem querer. Essa pessoa de quem a Daniela já não guarda o nome e rasto teve grande impacto no que viria ser a sua vida.

-Faço uma pausa para confidenciar contigo: também no meu percurso tive um professor muito especial, mas no meu caso de História. Essa pessoa acompanhou-me dos 13 aos 17 anos e ainda hoje lhe guardo o nome, o rasto e o Facebook. A importância de se encontrar realmente bons professores que se tornem quase como mentores, que sabem motivar, "dar na cabeça" e levar a sua profissão como uma missão é uma dádiva. Em muitos casos podem mudar vidas, mal eles se calhar nem o sabem. Fim de pausa.-

Em 2000 ingressou na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa onde concluiu um Maior em Antropologia e um Minor em Etnografia e Pesquisa Antropológica. Dedicou-se aos estudos Pós-Graduados, primeiro a questões de género com a frequência a Estudos sobre a Mulher: a Mulher na Sociedade e na Cultura e posteriormente a movimentos sociais no Mestrado em Antropologia: Poder e Identidades.

Mulher sem medo de agarrar nas bagagens já saltitou por "Trás-os-Montes para estudar questões de género e contrabando, pela serra da Lousã em busca de neo-rurais e novas formas de patrimonialização" e ainda pelo concelho do Cartaxo onde se entreteve pela historiografia e ruralidade locais. Depois de todos esse sítios e temas dedicou-se às "questões de resistência, nomeadamente no que diz respeito ao conflito Israelo-Palestiniano", através do Comité Israelita Contra a Demolição de Casas.

Sim, a nossa antropóloga fez de casa Jerusalém por duas vezes para servir de pano para uma tese de mestrado que nas palavras da própria acabou por "nunca ver a luz do dia", mas mais importante do que isso mudou novamente as lentes com as quais a Daniela via o mundo e o seu lugar nele. Se te interessa o tema, podes descobrir um pouco mais sobre o que fizeram no terreno nesse ano de 2008, através da pintura do mural feito no campo de refugiados de Belém.

Com o ano de 2010 as viagens para lá de Portugal tornaram-se mais recorrentes. Fez um estágio Leonardo da Vinci na "Alemanha no departamento de etnomusicologia e arquivo fonográfico do Museu de Etnológico de Berlim". Em 2011 rumou para a cidade francesa a sul, Marselha, para o que seria o seu primeiro SVE (serviço voluntário europeu) em educação ambiental e no final de 2012 tomou-lhe o gosto e iniciou outro, mas de longa duração, em Ljubljana ( Eslovénia) para trabalhar fotografia.

Em 2013 já de regresso a Portugal apostou no desenvolvimento das suas aprendizagens passando por vários projetos enquanto líder juvenil através do Programa Erasmus+, Juventude em Acção, formações e seminários internacionais. Quem diria que ainda teve tempo de estar na criação de uma associação juvenil enquanto iniciava simultaneamente o seu percurso enquanto youth worker numa ONG?

Foi por lá que esteve dois anos a dar tudo o que tinha para o programa que também lhe deu muito e no qual acredita ser um meio transformador, o SVE.

Entre andanças enriquecedoras da mente, a Daniela descobriu a Educação para os Direitos Humanos e o gosto que tem por ela. Tem sido nesse âmbito que desempenha um "papel de facilitadora em temas como a participação juvenil, educação para os direitos humanos e cidadania democrática, questões de género ou voluntariado" no programa SOMOS -Programa Municipal de Educação para a Cidadania Democrática e Direitos Humanos.

 

-Lições de Vida na primeira pessoa-

da Daniela para nós

5 é um número muito reduzido para falar de lições ou aprendizagens que tenha feito ou que me pareçam importantes para partilhar, mas...

1. Nenhuma leitura nos prepara realmente. A realidade num contexto de conflito aberto estará sempre muito além da minha imaginação.

2.“Holocausto” e “Segurança” não podem e não justificam em momento algum a falta de humanidade e o desrespeito pela dignidade humana.

3.Os problemas do mundo não são dos outros, são nossos, meus e teus, independentemente de onde aconteçam. Ignorar também é consentir.

4. Tod@s deviam ter a oportunidade de ir à Palestina, pelo menos uma vez na vida, para experienciar a beleza que ali existe, nas pessoas, nas cores, a música, os cheiros, os sabores. Foi ali que pela primeira vez encontrei num mesmo local, tantas pessoas que vêm o mundo como eu. Será sempre também a minha “casa”.

5. A participação na desobediência civil, de acção-directa e não violenta, (tomando como exemplo uma minoria organizada e em concordância, cuja acção é baseada em imperativos morais e movida por uma postura contra as políticas de um governo, como seja, a construção de casas para famílias que tenham tido a sua demolida por ordens de índole variada e que não respeitam convenções ou valores básicos), ou activismo, não é sinónimo de terrorismo.

Queres conhecer mais sobre a Daniela?


Sabias que ela é a ilustradora por detrás dos logótipos dos projetos da Solo Adventures? Muito talentosa na nossa opinão! Mas como nós somos suspeitos vê por ti:




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Boas Aventuras,

Solo Adventurer Joana & Daniela


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