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Burnout e estratégias de auto-regulação

Atualizado: 9 de out. de 2020

No seguimento do liveshow "Doses de Inspiração" 💊 em parceria com o Gabinete Psicologia partilhamos contigo algumas questões importantes no âmbito da saúde mental.


As perguntas são nossas mas as respostas são da Psicóloga Ana Alturas:



Questões:

  1. O que é o burnout?

  2. O que são estratégias de coping e quais são os seus efeitos?

  3. A Covid-19 pode potenciar casos de burnout?

  4. Como poderemos lidar com esta realidade e quais as estratégias de autorregulação?


1. O que é o burnout?


A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a incluir desde 2019, na lista de doenças o «burnout», como um estado de esgotamento físico e mental causado pelo exercício de uma atividade profissional.


O burnout, está associado a problemas de emprego e desemprego, sendo descrito como, uma perturbação resultante de Stress crónico no trabalho que não foi gerido com êxito.

A doença, de acordo com a OMS, caracteriza-se por sentimentos de exaustão ou sentimentos negativos, ligados a uma perceção reduzida da eficácia profissional.


A reação de stress é uma reação normal às exigências da vida, e algum grau de stress pode ser produtivo e motivador, quando encarado como um desafio. No entanto, é importante assegurar uma gestão do stress eficaz de forma a manter um bom estado de saúde e qualidade de vida.

 Assim sendo, o Stress crónico, pode ser definido como o desequilíbrio, real ou percebido, entre as exigências das circunstâncias nas quais a pessoa se encontra e a capacidade individual de adaptação a essas exigências, dependendo de fatores, como a personalidade, a genética e meio ambiente.


Como tal, todos nós estaremos alguma vez, de certa forma, sujeitos a  situações de stress crónico, que nos afetarão com sintomas:


a) Ao nível físico

  • Enxaquecas e cefaleias, Tensão muscular, Insónia, Diminuição da libido, Oscilações de peso, cansaço estremo, entre outros.

b)Ao nível emocional

  • Agitação, Irritabilidade, ansiedade, Sensação de isolamento, Humor depressivo, desmotivação e sensação de incapacidade.

c) Ao nível cognitivo

  • Problemas de concentração e de memória, Preocupação constante, Dificuldade em pensar claramente, Pessimismo, Sensação de se estar assoberbado.

d) Ao nível das alterações do comportamento


  • Falta ou excesso de apetite, dificuldades no sono, Isolamento social, Procrastinação, Uso de substâncias.

2. O que são estratégias de coping e quais são os seus efeitos?


Estes temas já foram aprofundados pela equipa do gabinete Psicologia nas sessões anteriores, como…


Neste momento existe uma ameaça ou a perceção de uma ameaça em relação ao estado de equilíbrio global, que provoca insegurança, medo e o Stress, como o que estamos a enfrentar com a pandemia, que é, ou/e será uma crise transversal ao nosso quotidiano ao nível económico-profissional, familiar-relacional, social e ambiental.


Normalmente as resposta dos indivíduos a uma ameaça ou ao medo são (4Fs- Fight, fly, freeze, frenzy). A estratégia de coping e de autorregulação, são as estratégias que nos indicarão que ao invés de fugir poderemos lutar. São também as estratégias utilizadas pelo individuo, de forma a avaliar qual a melhor resposta de adaptação a um meio ambiente, procurando um equilíbrio interno e externo. Não existem respostas adaptativas universais adequadas a todos os indivíduos, podem variar por fatores como a personalidade, genética e meio ambiente



2. A Covid-19 pode potenciar casos de burnout?

Nesta crise o vírus não discrimina, estamos todos no mesmo “barco”.


Existem dois focos de provável Burnout preocupantes:


1)Os dos profissionais que estão na linha da frente, os que cuidam dos outros, os cuidadores! como os profissionais de saúde, forças de segurança, cientistas e sectores de primeiras necessidades, que nestes momentos poderão ter elevados níveis de stress e até chegar a níveis de Burnout, ao lidar com situações como a exaustão física e psicológica em situações tao extremadas como a de vida ou morte de uma pessoa.


Estes profissionais lidam e experienciam situações desgastantes. No entanto, são preparados e aprendem a esconder os medos e as suas fragilidades.


Ao ignorarem os sintomas de burnout e agirem como robôs, e esconderem os sinais de stress poderão vir a desenvolver graves sequelas ao nível da saúde física e mental como: síndroma do colon irritável, hipertensão, diminuição da libido, disfunção sexual, cefaleias, doenças do foro oncológico, perturbações depressivas e ansiosas e outros casos de doença mental podendo chegar ao suicídio.

2) Todos os outros que estão em confinamento, e que lidam com todas as questões que já relatamos nos lives anteriores, ansiedade, isolamento, stress…


 Onde a preocupação, a insegurança, a incerteza, sobre saúde dos familiares, sobre os seus empregos, investimentos, gestão familiar e sobre o futuro vão ampliar a perceção de falta de controlo, prologar sintomas de stress, e fortalecer as crenças negativas sobre saúde e dinheiro.


4. Como poderemos lidar com esta realidade e quais as estratégias de autorregulação?


Identificando as fontes de stress (externas e internas) e colocando em prática estratégias como:


4 A’s da gestão de stress

  1. Avoid (Evitar) stress desnecessário,

  2. Alterar a situação, o que pode implicar mudar a forma como age ou comunica,

  3. Adaptação ao fator, reformulando expectativas e atitudes,

  4. Aceitação daquilo que não pode ser mudado, colocando-se o foco na forma como se reage às dificuldades, na partilha de sentimentos com pessoas de confiança, entre outras estratégias possíveis,

AIR(Respire)

  1. Aspirar, espectar ter objetivos.

  2. Integrar, ser flexível, equilibrar os vários papéis.

  3. Respeitar-se:

  • Fazer pausas;

  • Praticar exercício físic;

  • Reservar tempo para atividades de lazer;

  • Otimizar a gestão de tempo;

  • Relaxamento, mindfulness;

  • Manter um estilo de vida saudável, tendo cuidados adequados com a alimentação, sono e evitando substâncias como cafeína, álcool e nicotina.

 Ao contrario das respostas dos 4 f, (figth, fly, freeze, fawn ou frenzy), quando estamos perante uma situação de perigo, sentimo-la como uma questão de vida ou de morte, a resposta indicada seria a de lutar. Este instinto de sobrevivência ao nível financeiro de lutar, não será o adequado, nada de precipitações, em todas as crises existe um medo catastrófico de perder tudo.


Uma das técnicas que poderemos utilizar será ao pensarmos nos problemas e os analisarmos um pior cenário, como por ex… se perder o emprego, o que seria o pior cenário? Não consigo pagar a casa…perco a casa….Vou viver com meus pais…


Faça a pergunta, como posso ser melhor?


  • Aproveite para gerir as suas contas, para se envolver e fazer terapia…

  • Será tempo de avaliar e reestruturar outros papeis, de se conectar como por exemplo se eu não tinha tempo para os filhos agora vou dedicar-me aos meus filhos.

  • Prudência, flexibilidade e Adaptação ao invés de rigidez e de crenças catastróficas, pois o tempo passa e as circunstancias também, assim como o tempo

  • Deveremos ter um olhar atento e de esperança, pois muitos de nós já passamos por crises pessoais e financeiras e foi tempo de reinventar


 
Um desafio:

Se daqui a três anos olhasse para trás, que conselho daria a si próprio?


Vê a liveshow "Doses de Inspiração" que deu origem ao tema deste artigo:


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