Conhecemos a tolerância como o ato de aceitar ou suportar circunstâncias que não desejamos nem podemos impedir. Tolerar é ouvir e respeitar as mais diversas opiniões, ideias, atitudes que diferem das nossas, mas que respeitamos de igual forma.
Num mundo em que em cada esquina há uma diferença, e no qual a partilha de opiniões se tem vindo a intensificar, o seu papel tem se tornado cada vez mais importante na construção de uma sociedade igualitária, que promova a inclusão e a liberdade de escolha.
Como podemos então ser mais tolerantes? Como é que a tolerância contribui para o nosso crescimento pessoal e inter-relacional?
Ser-se tolerante requer que tentemos compreender e olhar para as diferenças que nos rodeiam de um outro ângulo. A diferença que reside no outro não oferece o direito de impor a nossa opinião como a correta, nem de exprimir desagrado quando muitas vezes essa diferença nem sequer nos afeta diretamente.
A tolerância passa também por fazer um trabalho de introspeção. É praticar empatia e reconhecer que as diferenças não existem apenas nos outros, mas também em nós, e que também nós mesmos temos o desejo de ser aceite e de não sofrer discriminação, sejam quais forem as nossas particularidades. A pessoa tolerante reconhece as limitações do seu próprio saber e possui abertura para aprender com todas as pessoas, independentemente da sua cultura, estatuto social, ou qualquer outro fator.
Adotar uma postura tolerante é desenvolver a inteligência emocional, ter um maior controle sobre situações de stress, viver de forma mais positiva e menos julgadora. Saber ouvir o próximo e ter a capacidade de evitar discussões assentes em discriminação são os primeiros passos para conviver em harmonia e viver o dia a dia de forma mais tranquila.
O Dia Internacional para a Tolerância celebra-se hoje, 16 de novembro, e pretende reforçar a importância dos valores democráticos, o respeito pelo que é diferente e a aceitação dos direitos humanos fundamentais para viver em paz e comunidade. Trata-se de um dia destinado não apenas aos governos e organizações, mas também com o intuito de apelar às comunidades, para a promoção da tolerância no mundo.
"Dizemos que somos tolerantes com as diferenças. Mas ser-se tolerante é ainda insuficiente. É preciso aceitar que a maior parte das diferenças foi inventada e que o Outro (o outro sexo, a outra raça, a outra etnia) existe sempre dentro de nós..." - Mia Couto
