Ser homem não significa esconder afetos, fugir da compaixão, evitar o exercício da gratidão e não querer viver em amor. A história e lições de vida do Flávio fazem-nos sentir mais e parecem ter vindo de muitas vidas mas numa só.
Sinopse que como nos conhecemos
A Academia de Líderes Ubuntu deu-me pessoas muito bonitas interiormente, o Flávio foi uma delas. Se como eu acreditas na filosofia Ubuntu "eu sou porque tu és" então vais gostar de ser um pouco porque ele é.
Sinopse sobre o Flávio
Uma das palavras mais importantes para o Flávio é 'gratidão' e faz uso dela em relação aos seus pais pelos valores e amor incondicional que lhe passaram, às suas duas irmãs e um irmão mais novos pelo apoio, aos seus dois filhos e à sua mulher por lhe ensinarem que a resposta a qualquer pergunta é amor.
Nasceu no ano de 1981 na cidade daPraia a capital de Cabo Verde e veio para Portugal passados 5 de estar no mundo. O bairro da Icesa em Vialonga tornou-se a sua casa "era um bairro multiétnico, ainda é, viviam lá principalmente africanos de todos os países dos PALOP e também ciganos. Nessa altura o bairro era um sítio onde a polícia raramente entrava e quando o começou a fazer mais vezes foi para fazer rusgas, era um sítio onde não era preciso ser noite para se traficar droga, bastava um assobio junto ao prédio do interessado. Eu morava na banda 14, a pior banda das 16 do bairro e morava no lote C, o pior lote da banda 14".
E como foi a vida do Flávio por lá? Ele partilha connosco:
"Enquanto crescia e estudava ano após ano sem nunca chumbar fui vendo colegas do bairro irem presos, irem para centros de detenção juvenil, perderem as pernas por se terem pendurado nos comboios, a perderem a vida… Literalmente... os seus nomes foi algo que aprendi a esquecer. Eu cresci neste contexto, e foi neste contexto que terminei a escolaridade obrigatória sem nunca ter chumbado nenhum ano.
Eu acredito como dizia Nelson Mandela que a educação é a melhor arma que podemos usar para mudar o mundo. O meu pai era pedreiro e a minha mãe empregada doméstica e diziam-nos que a nossa única responsabilidade era estudar e que o que eles queriam era que nós pudéssemos crescer e ter oportunidades que ele e a minha mãe não tiveram. O meu pai dizia vocês sabem o que eu gosto e o que eu não gosto por isso a escolha é vossa. Nem sempre fizemos a escolha certa, quando isso acontecia o meu pai ralhava com o cinto, como normalmente os cabo-verdianos fazem.
Durante a minha adolescência diria que muitas vezes senti-me excluído dentro do próprio bairro, não fumava, nunca coloquei um cigarro na boca e não bebia, continuo sem nunca ter bebido o suficiente para ficar alegre até hoje. Tinha a tendência para fugir de onde sabia que iam haver problemas e o pessoal achava que eu tinha a mania que era melhor do que eles e até gozavam com a minha intenção de querer ser “certinho”. Mas eu estava decidido inconscientemente que era possível fazer diferente que não tens de ser refém das tuas circunstâncias.
Neste período foi muito importante ter começado a jogar futebol, ter andado na catequese. Em ambos aprendi a acreditar em coisas que não podia ver mas no futebol aprendi a força do esforço, aprendi a ser resiliente, a nunca desistir e como capitão de equipa muitas vezes aprendi a ser um exemplo para os outros. Ainda acredito que se não tivesse partido a perna podia ter seguido o sonho de ter sido profissional!
Ao chegar à idade adulta e tendo terminado a escola quis ir para a universidade, escolhi sociologia porque sempre gostei de me relacionar com pessoas e tinha curiosidade em perceber porque faziam as coisas, entrei no ISCTE à segunda tentativa com média de 16 depois de alguma insistência do meu primo e da minha mãe. Tive que interromper o curso duas vezes, uma porque fui atropelado à saída da universidade e parti a perna e a segunda porque na minha primeira relação amorosa a sério, depois de 10 meses, a minha namorada na altura ficou grávida.
Tudo o que eu tinha vivido na minha vida até aqui considerei normal, nunca achei estranho que os ciganos viessem para a rua disparar tiros de caçadeira par o ar ou que miúdos pré adolescentes andassem com ponta e mola. Quando a minha namorada engravidou eu estava preparado para assumir aos 22 anos a responsabilidade de ser pai porque o meu pai ensinou-me a fazer o que era certo. Quando o Ivan nasceu, nada lhe podia faltar, comida, roupa, medicação… tudo o que era necessidade básica eu estava preparado para disponibilizar. Nunca cheguei a viver com a mãe do Ivan e antes de ele fazer os 4 anos inclusive deixámos de namorar, eu entretanto fui viver para Castelo Branco e estava tranquilo porque ele estava com a mãe que eu achava que era assim que devia ser e continuava a cumprir as minhas obrigações.
Mas aqui houve uma componente que sempre negligenciei e que nunca me consciencializei. A dimensão do afeto, do amor, do doar tempo, para além do obrigatório. Isto começou a mudar quando conheci a Marlene, a minha mulher. Conheci-a em Castelo Branco e viemos depois para Lisboa e quando o Ivan estava connosco ela incentivava-me a brincar com ele e eu não tinha muito jeito para aquilo, eu passava noites com ele no hospital mas eu não sabia brincar com ele. E ela ao longo dos anos sempre foi dando dicas, eu nunca as aceitei totalmente porque tinha vivido quase 5 anos sem o meu pai porque ele estava em Portugal enquanto eu e a minha mãe vivíamos em Cabo Verde e eu tinha conseguido crescer saudável.
Quando o Ivan fez 11 anos passou a morar connosco. A mãe estava com pouca disponibilidade, ele já tinha mais dois irmãos, já passava muito tempo com os avós, pelo que acordei com a mãe que ele viesse morar connosco. Não foi fácil o início, sentia claramente que ele respeitava-me como pai mas não sentia a ligação de afeto, de amor, tinha contudo consciência do que tinha sido a nossa vida até aqui e comecei a querer mudar isso. Comecei a ler livros de parentalidade consciente, mindfulness, a ir a tertúlias de associações de pais, etc. Isso ajudou-me muito, entreguei-me doei tempo e aos poucos as coisas melhoraram. Hoje a relação que temos é muito melhor, diferente, ele fica tímido quando lhe digo que o amo, assim de forma crua mas sinto-o feliz.
Nisto houve um momento decisivo, foi o nascimento do meu segundo filho, o Raphael. A Marlene deu-me oportunidade de poder viver de novo o que é ser pai e a oportunidade de criar essa ligação de amor desde o início e de maneira diferente. Ter assistido ao parto, ter estado na maternidade durante os dois dias em que ela esteve internada. Acompanhar o crescimento desde o início com esta consciência de que vão haver sempre dúvidas mas que sempre que isso acontecer a resposta teria de ser o amor tem feito a diferença. Depois de o Raphael nascer também a minha ligação com o Ivan subiu para outros níveis de intensidade. E tem sido uma experiência de enorme gratidão.
Na verdade a experiência como pai é que tem sido de facto o maior desafio que já tive, ainda existe muito por melhorar e vão haver sempre dúvidas claro...
Como diz Jim Rohn, um consultor americano, Para que as coisas melhorem nós temos de melhorar, para que as coisas mudem nós temos de mudar. Não tem a ver com querer ter menos desafios, tem apenas a ver com ter mais competências. Para isso temos de ser inteiros, únicos, assumir toda a nossa identidade, toda a humanidade que temos em nós"
Para além da sua vida mais pessoal que gentilmente partilhou o Flávio é feito de outras camadas. Na sua vida profissional e no activismo diz "sinto que há tanto por fazer.. Eu trabalhei durante 13 anos na área do Call center, entre 2004 e 2017, trabalhei na TV cabo, na Zon e ainda na Nos, trabalhei na PT e na CP, comecei por ir em part time quando entrei para o ISCTE para fazer o curso de Sociologia mas depois passei para full time e por necessidade e depois comodidade (fiquei efectivo) fui-me mantendo até que comecei a sentir que me estava a prejudicar, por um lado a nível da saúde mental, por outro lado a nível do que sentia que eram as minhas novas aspirações e objetivos que entretanto se tornaram muito mais claros e senti que o trabalho no Call Center estava a limitar as minhas possibilidades.
Um dia fui trabalhar e depois de duas horas decidi que chegava, falei com os meus chefes, fui embora, mesmo sem ter nada em perspetiva e nunca mais voltei. Despedi-me e a partir daí, decidi que só ia trabalhar em áreas de que gostasse, que me fizessem feliz e em que eu sentisse que estava a contribuir para mudar o mundo para melhor. O Will Smith diz que Deus colocou as melhores coisas da vida para nós do outro lado do medo para termos a oportunidade de mostrarmos o quanto as queremos. Assim foi, em pouco tempo, surgiu o IPAV quando frequentava a Academia Ubuntu, que foi a melhor experiência profissional que já tive, aprendi tanto em tão pouco tempo, vivi experiências únicas pelas quais me sinto muito grato e conheci e relacionei-me com pessoas incríveis e inspiradoras. E estava a viver uma vida de propósito. O senão era a exigência de tempo que estava implícita e que eu não podia cumprir, a prioridade para mim é a família, com dois filhos e uma mulher que fez 200 km de Proença a Nova para Lisboa para viver comigo, tive de seguir para outro rumo com toda a bagagem de aprendizagem que reuni.
Recentemente participei na formação de certificação internacional de coach na We Create e é a área onde me vejo a trabalhar no futuro pela possibilidade de ajudar outras pessoas a crescer, desenvolvendo o potencial que já possuem mas que não sabem como concretizar, pelas possibilidades de liberdade, flexibilidade e estabilidade que acredito que me possa dar para viver aquilo que é mais importante para mim que é a família e ao mesmo tempo pela possibilidade de influenciar positivamente a mudança no mundo, criando mais líderes.
Na área do associativismo e voluntariado o Flávio começa a dar os seus passos firmes:
"O que posso dizer é que sou daquelas pessoas que raramente dá dinheiro na rua às pessoas sem-abrigo por exemplo, vou ao supermercado, ou ao café e compro-lhes comida, prefiro fazer isso. Houve uma altura, há alguns anos que eu e amigos e a Marlene juntávamo-nos fazíamos comida, às vezes sopa, às vezes pizzas caseiras e íamos para Lisboa distribuir juntamente com roupa mas nunca envolvidos em alguma associação.
Por falar em pizzas e pessoas sem abrigo, há um episódio que me lembro e que nos marcou para sempre e que mostra o poder que temos e como funciona a questão da influência, numa paragem, uma pessoa sem-abrigo pede dinheiro ou alguma coisa, eu e Marlene tínhamos vindo do trabalho, íamos para casa e tínhamos pizza que ela tinha feito, eu disse, vamos para casa, vou dar-lhe a minha, ela diz, sim, faz sentido, vou dar-lhe a minha também e assim fizemos: o rapaz (jovem) recebe as fatias, cheira e desfaz-se em lágrimas, entretanto demos-lhe o resto da comida que tínhamos, maçãs, etc.. depois acontece o resto da magia… as pessoas que estavam na fila do autocarro começa todas a tirar coisas da suas malas e a darem-lhe. Foi indiscritível. Até estou arrepiado a lembrar-me disto…
Outro episódio: Lembras-te do ice bucket challenge? Desafio do banho de gelo? Fui nomeado para tomar o banho de gelo e nomear mais amigos. Eu achava que aquilo era basicamente desperdício de água e como tinha tido uma experiência recente no CAT – Centro de Acolhimento Temporário de Vialonga, falei com a responsável e em vez de banho gelado, iniciei com a Marlene e o Ivan (meu filho mais velho), o banho de material escolar. Levámos material escolar aos miúdos e nomeámos 3 pessoas para fazer o mesmo e assim sucessivamente. Tivemos grande parte de Vialonga a contribuir com material escolar e roupa e acabou-se por ter material para esse ano e o outro a seguir…
Sobre o Sentir +, é um projeto que se chamava Happiness Club que começou quando eu estava na Academia Ubuntu e tivemos a possibilidade de idealizar um projeto para ter formação na EVERIS, que era parceira da Academia. Juntei-me à Sandra Bernardo porque era um projeto que promovia a felicidade e o bem estar através da gestão de emoções e havia a possibilidade de trabalhar nas empresas a questão do stress, do burnout, etc... coisas que me diziam muito porque no call center vivi de perto muitas dessas situações com colegas e saí para evitar chegar a esse ponto.
Agora o Men Talks, tem tudo a ver com a minha experiência como pai, as crenças limitadoras com as quais cresci e que me impediram numa fase inicial da minha relação com o meu filho de ter uma relação afetiva com ele. A ideia de masculinidade e do que era ser homem excluía os afetos e focava-se na disciplina e na questão das necessidades básicas de subsistência. O projeto é muito mais do que isso, pretende ser uma referência na promoção da igualdade entre homens e mulheres e na reconstrução da ideia de masculinidade de forma a permitir que o homem seja mais pleno, mais autêntico e melhor ser humano, ao assumir-se um ser emocional e de afetos, não os reprimindo devido a qualquer tipo de constrangimento social.
Estes projetos para mim demonstram a importância que as nossas histórias de vida têm e a forma como a resiliência se aplica na prática através da ressignificação.
Uma parte da história que o Flávio não contou foi o seu envolvimento na organização SPEAK onde foi buddy tendo a oportunidade de dar um curso de português a cinco jovens oriundos do Afeganistão.
Desde 2012 que o Flávio e a sua mulher, quando foram morar juntos, têm estado numa "jornada de desenvolvimento pessoal/crescimento humano". À Marlene ele está muito grato porque com e por causa dos "estímulos e desafios" que ela lhe coloca tem "crescido, principalmente como pai mas também como homem, logo Ser Humano. Sou muito grato e privilegiado por ter uma 'ilha' só para mim".
Lições de vida na primeira pessoa
-do Flávio para nós-
1- Não importa qual a pergunta, a resposta será sempre o amor. Se me perguntares qual é a coisa mais importante do mundo eu irei responder-te amar e ser amado e se me perguntares o meu maior medo irei responder-te terminar um dia sozinho sem ter ninguém com quem partilhar amor. Eu vejo o amor como o princípio e o fim de tudo. O amor pela família em primeiro lugar, pela minha mulher, os meus filhos, pais e irmãos, o amor pela humanidade, pelas pessoas. Quando tenho dúvidas sobre alguma coisa eu pergunto-me se existe lá amor. Se posso ser inteiro nesse local a dar e a receber amor. Foi quando frequentei a Academia de Líderes Ubuntu que esta frase começou a acompanhar-me frequentemente num período em que enfrentei grandes desafios familiares e em que tinha iniciado ao mesmo tempo uma grande viagem interior que ainda não terminei. No final o amor foi a resposta para todas as perguntas e inquietações que tinha. Jean Vanier dizia : “Só nos tornamos completamente humanos quando descobrimos quem somos, que a história de todos nós é descobrir que somos frágeis e que o que nos dá consistência como pessoas é sentir que somos amados, independentemente da raça, da religião ou de qualquer deficiência que possamos ter”. (...) amar as pessoas não é fazer as coisas por elas ou para elas mas sim revelar o quanto elas são importantes. (...) quando as pessoas são amadas elas transformam-se...”
2- "A educação é a melhor arma que podemos usar para mudar o mundo". Nelson Mandela Mandela é antes de mais talvez a minha maior inspiração e recorro a ele e às suas filosofias de vida muitas vezes para me orientar, principalmente no que diz respeito ao amor, à compaixão, e claro Ubuntu. O meu filho mais novo chama-se Raphael Madiba. Dei-lhe esse nome porque é um nome invulgar e sendo o nome do clã a que Mandela pertencia ele terá que saber quem foi Mandela para explicar o seu nome. Esta é uma ideia com a qual fui crescendo e que nos últimos anos, em que me tornei mais activista, tem sido ainda mais sublinhada na minha vida. Os meus pais sempre me incentivaram a estudar, a mim e aos meus irmãos, porque o meu pai é pedreiro e a minha mãe é empregada doméstica e diziam que queriam que tivéssemos uma vida melhor do que a deles. Como eu vejo as coisas, devemos estudar para sermos pessoas melhores. E digo estudar mas não me refiro à escola especificamente, digo, procurar o conhecimento, procurar conhecermo-nos melhor a nós próprios e procurar conhecer e entender o outro. Educarmo-nos é fugir da ignorância, da ignorância de conhecer aquilo de que somos capazes de fazer como seres humanos. É através da educação que os líderes se constroem. Infelizmente o sistema educativo atual não está focado naquilo que para mim são as coisas mais importantes, formar seres humanos e educar para o bem estar. Já temos bons exemplos como o Butão e a Costa Rica, salvaguardando os respectivos contextos culturais, será que replicar os modelos é assim tão complexo?
3- Tu és suficiente. Recentemente, por causa dos projetos em que tenho estado inserido, quer no Sentir +, quer no Men Talks, ambos muito relacionados com a questão da gestão de emoções, o tema do amor-próprio, ligado à questão da vulnerabilidade, da aceitação e da vergonha, tem estado muito presente. É importante que as pessoas se sintam capacitadas para viver a sua vida em plenitude, serem autênticos e assumirem a sua essência sem receio de serem marginalizadas. Acredito que todos temos em nós as ferramentas necessárias para sermos felizes e “mesmo quando nascemos ou crescemos do lado errado das oportunidades da vida é possível crescer”. Li recentemente a coragem de ser imperfeito de Brené Brown que aconselho a toda a gente porque aborda de forma perfeita estes temas na minha opinião. Ser resiliente é um super poder que todos os seres humanos possuem mesmo os que ainda não o sabem.
4- Para que o mal triunfe, basta que os homens de bem nada façam. Edmund Burke Esta frase ecoa em mim todos os dias. É quase um “wake up cal”, uma chamada para a acção. John Volmink é um grande senhor sul-africano que tive o privilégio de conhecer durante a academia de líderes Ubuntu e num dos seminários sobre Ubuntu ele dizia: “Se somos feridos de alguma forma na nossa dignidade isso vai mexer connosco e vai inquietar-nos mas quando vemos um irmão ser ferido na sua dignidade aí é quando Ubuntu vem ao de cima é quando no nosso intímo somos chamados a agir, é o nosso “wake up cal”… Eu sou o tipo de pessoa que raramente entrava em confusões, mesmo na escola mas se o meu melhor amigo em particular ou em situações de injustiça que via acontecer, dificilmente pensava duas vezes antes de agir. Hoje em dia essa é uma característica que tenho muito vincada. O mais difícil é tentar perceber que talvez haja lutas que eu não posso lutar, mas isso é outra história… Eu sei que sou uma pessoa de bem e é meu dever, a partir do momento que tenho consciência da minha capacidade de influenciar positivamente o mundo, de exercer essa influência para o bem de todos.
5- Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Saint Exupéry in Principezinho O principezinho é o meu livro preferido, para mim o melhor manual de relacionamentos que já li… Simplifica tudo, o relacionar, o cuidar, o ser criança, a imaginação, a empatia, o sonho… tantas coisas… Talvez o que mais goste de fazer nesta vida é relacionar-me com pessoas, de criar conexão, de ver revelar-se a beleza que têm dentro. Há uma frase que gosto muito e que é “são tão maravilhosas as pessoas que não conhecemos bem”… A vida tem-me ensinado a olhar para cada pessoa como um tesouro, como um ser único, como uma oportunidade de libertar todo o amor que tenho em mim e que não cabe só em mim. Eu vivo e existo pelo coração, eu acho que não respiro pelos pulmões, acho que respiro também pelo coração e isso deixa-me orgulhoso e feliz. Acho que não há nada melhor do que ligar corações uns aos outros. Os meus olhos são o meu coração, as minhas palavras são escritas com o coração… é isto…
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Boas Aventuras,
Joana Feliciano & Flávio Ladim Gonçalves
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