Por vezes, custa-nos e assombra-nos a ideia de que não estamos a conseguir cumprir com alguns objetivos no tempo certo. Mas afinal de contas, existe um tempo certo? Quem é que o definiu? A sociedade, repleta de telhados de vidro, em que vivemos?
Nas várias conversas que fui tendo com os meus amigos percebi que, apesar de termos todos mais ou menos a mesma idade, estamos em fases bastante diferentes da vida. E isso é fascinante. A diferença, a singularidade e, sobretudo, o facto de cada um ter o seu tempo de crescimento.
Tias chatas e companhia
Sim, estou a falar de todas aquelas questões que nos perseguem ao longo da vida. Essas mesmo que vocês estão a pensar. Então, já tens um namoradito? Quando é que pensam em engravidar? Já tens 30 anos, não vais sair de casa dos teus pais? Deixaste de estudar para passear? Ai meu deus. E ficávamos aqui um verão inteiro a sugerir questões desagradáveis das nossas tias chatas e companhia, certo?
Não tenho namoradito. Não quero sequer ter filhos. Gosto da casa dos meus pais e aprendo mais a passear do que na escola. Mas claro que, na vida, nem tudo é branco ou preto, existe uma longa escala de cinzentos. Todos sabemos isso - menos as nossas tias chatas, claro.
"Cada coisa a seu tempo tem seu tempo.
Não florescem no Inverno os arvoredos,
Nem pela Primavera
Têm branco frio os campos. (...)"
Ricardo Reis
Qual é o tempo certo?
O corpo humano é um pacote incrível de sentimentos e experiências e, voluntária ou involuntariamente, faz-nos viver as coisas no tempo certo. O nosso. O meu, o teu, o de cada um.
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