Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência: “mãe, quando for grande quero ser cientista”
- Vanessa Miranda
- 11 de fev.
- 3 min de leitura
Quando somos crianças, desejamos ser tudo! Ora queremos ser professoras, ora escritoras, ora advogadas, ora políticas, ora médicas. E, porque não, cientistas?
Hoje, celebramos o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

Quando pensamos nas mulheres que marcaram e fizeram a diferença na ciência, muito provavelmente, vêm à mente nomes como Marie Curie, pioneira na radioatividade, ou Valentina Tereshkova, a primeira mulher a ir ao espaço, em 1963.
Também podemos lembrar de Branca Edmée, a portuguesa que trabalhou diretamente com Marie Skłodowska-Curie e foi uma das primeiras mulheres a doutorar-se e tornar-se professora catedrática em Portugal, em 1966.
Sim, existe uma infinidade de mulheres que começaram numa área totalmente dominada por homens, mas que, mesmo assim, persistiram e lutaram.
O maior legado que elas nos deixam? É muito simples, na verdade.
Elas são a prova de que, hoje, muitas meninas e mulheres que desejam ser cientistas podem seguir os seus sonhos sem proibições ou restrições.
Estas mulheres permitiram que possamos sonhar e desejar ser cientistas!
Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Em dezembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas determinou este dia internacional, 11 de fevereiro, com o propósito de reconhecer o papel importante exercido pelas mulheres e meninas na ciência e na tecnologia.
O dia de hoje, assume-se como uma reflexão para promover, de forma igualitária, o acesso à ciência e à participação das mulheres e meninas na área.
A consciência da população deve ser ativada e incentivada. Não podemos ignorar que ações significativas são essenciais para a mudança.
A igualdade de género na ciência é fundamental para construir um futuro melhor e igualitário. No entanto, não podemos descurar que, ainda hoje, mulheres e meninas que desejam seguir carreiras científicas ainda enfrentam barreiras e preconceitos sistemáticos.
Os desafios
Começo por dizer que a falta de representatividade feminina na ciência não é uma mera questão de números.
Ela realmente reflete desigualdades estruturais que acarretam, desde sempre, os estereótipos de género que limitam as aspirações das meninas às carreiras científicas.
Isso é muito notório, por exemplo, na pouca existência de mentoras femininas ou até mesmo na falta de modelos femininos na área.
O silêncio ou a omissão dos trabalhos feitos pelas mulheres cientistas representam, de igual modo, um desafio fatal para o seu devido reconhecimento.
É importante reconhecer que a participação da mulher na ciência traz diversidade, novas visões e perspetivas, talento e criatividade à investigação e trabalho científico.
Contudo, alguns estudos, como o Gender in the Global Research Landscape relatório, da Elsevier (2017) revela-nos que, por exemplo, Portugal é um dos países da Europa onde as melhorias da viabilização da mulher na ciência é mais notória.
Embora haja progressos significativos, a realidade mostra que persiste uma lacuna de género em todos os níveis das disciplinas científicas, como a tecnologia, matemática e engenharia, em todo o mundo.
As mulheres continuam a estar sub-representadas nessas áreas, apesar do aumento do seu número no ensino superior.
Há um compromisso global. E neste compromisso, mulheres e homens fazem parte.
Sabias que?
À medida que as mulheres progridem na sua carreira científica, as lacunas de género continuam a aumentar.
Em áreas de vanguarda, como a inteligência artificial, apenas uma em cada cinco profissionais, ou seja, 22%, é mulher.
Apesar da escassez de habilidades em muitos campos tecnológicos que impulsionam a Quarta Revolução Industrial, as mulheres ainda representam apenas 28% dos licenciados em engenharia e 40% dos licenciados em ciências informáticas.
As mulheres, geralmente, recebem bolsas de investigação de valor inferior às dos colegas masculinos.
As mulheres representam apenas um terço de cientistas no mundo!
Um dia, quando ouvirmos uma criança a dizer “Mãe, quero ser cientista”, esperamos que não exista medo ou receio estampado na cara da mãe, apenas a confiança de que o género não será um obstáculo.
O caminho continua a ser o da promoção de ambientes de trabalho inclusivos e seguros, incentivando o investimento nas áreas científicas e motivando as mulheres e meninas a prosseguirem os seus estudos, assim como procurar soluções para reduzir a tendência das mulheres em abandonarem as suas carreiras científicas.
Garantir que o equilíbrio entre a vida profissional e familiar seja tratado de forma segura e integrada, aliviando o medo comum entre as mulheres de que as suas carreiras sejam sacrificadas pela falta de apoio e segurança.
Além disso, prossegue o trabalho na desconstrução da ideia de que as carreiras científicas são predominantemente masculinas.
O mundo é todos! E nenhum género deve ser considerado, por natureza, superior ao outro. Deve, sim, existir é determinação e trabalho árduo!
Abaixo podes encontrar duas sugestões de filmes que são capazes de nos inspirar e mostrar que a ciência é também feminina.
Sugestões de filmes:
Radioatividade, 2019
Elementos secretos, 2016

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