Amizade
Uma relação de amor, tal como uma casa em construção, não se inicia pelo telhado. É necessário começar por uma base, reforçando-a ao máximo para que se possa assegurar a estabilidade desejável do produto final. A construção do amor próprio pressupõe a existência de um elemento basilar, absolutamente imprescindível, mas que muitas vezes passa despercebido – a “amizade própria”. Começando por criar simples laços de amizade connosco mesmos, estamos, progressivamente, a gerar um ambiente propício ao amor próprio.
Mas o que é, afinal, sermos amigos de nós mesmos?
Esta definição não é precisa e, na verdade, é tão abstrata quanto o conceito de amizade no geral – mas isso não significa que se trata de uma tarefa complexa. Aliás, pode ser objeto do poder de simplificar e traduzir-se em pequenos gestos.
Fomentar uma amizade própria baseia-se na apreciação e valorização da nossa companhia, sem que se apresente aqui a solidão com uma conotação negativa.
Reservar parte do nosso tempo para estarmos, simplesmente, a sós connosco, não deve ser tido em conta como um ato egoísta, mas como uma demonstração de amor.
Somos (e devemos lembrar-nos disso) dignos do nosso tempo. É fundamental que nos conheçamos, que saibamos ouvir-nos e que reconheçamos o nosso valor.
O tempo que passamos somente perante a nossa presença, pode também representar a oportunidade ideal para nos enriquecermos, nomeadamente através de práticas como a meditação e/ou yoga, por exemplo. Além disso, estes hábitos poderão surgir como aliados na redução do stress e ansiedade que muitas vezes enfrentamos no quotidiano.
Vale a pena redirecionar atenção e investir energia em quem somos e no nosso propósito. Desta forma, vamos encontrar uma grande amizade sem precisar de ir muito longe.
Encontramo-nos no próximo nível?
Beatriz Bernardo
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