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Lucília Fernandes, pelos fios dos novelos solidários de tantas vidas

Há quem diga ter sangue azul, para mim ninguém se livra de ter o sangue vermelho mas no meio de tantas pessoas há quem tenha algo mais do que sangue a correr-lhe nas veias. A Lucília Fernandes é dos seres humanos que para se sentir ainda mais viva e feliz corre-lhe no ser a vontade intrínseca de querer ajudar quem a rodeia, de tornar a existência de cada pessoa mais leve e afortunada. Vem conhecer os novelos solidários pelos quais a Cilinha se cose.


Sinopse de como nos conhecemos

Não sei se conheces a "teoria dos seis graus de separação" realizada em 1990 pelo psicólogo Stanley Milgram, onde se diz que são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas desconhecidas estejam ligadas. Pois bem, desta vez bastou um grau através de um contacto em comum que me sugeriu desafiar a Lucília. As redes de pessoas têm destas coisas.


Sobre a Lucília


A Lucília Fernandes tem identidade dupla, pelo menos no nome pelo qual gosta de ser tratada. Os seus falecidos avós desde pequena tratavam-na por Cilinha. Um nome feito de abraços carinhosos e sorrisos afáveis que perdura mesmo na mulher de hoje crescida em meio século.


A Cilinha tem vários papéis na sua vida - ora de mãe, esposa, filha, irmã, tia, amiga, assim como de profissional porque põe gosto em tudo o que faz.



Foto: Lucília Fernandes


Estudou até ao 12º e escolheu a área de contabilidade. Atualmente é empregada de escritório. Os seus gostos e afazeres ultrapassam o ambiente formal e passam pelas manualidades. Gosta de fazer croché, tricot, ponto cruz e até de cozinhar!


Consciente das suas qualidades e defeitos vive feliz com o que lhe dão os dias, como diz "tenho trabalho e saúde"! Gosta de fazer a diferença na vida de alguém nem que seja com um "bom dia" ou um sorriso.

Se pudesse eliminar algo no mundo muito provavelmente passaria por tirar as coisas que menos gosta - "a mentira, a falsidade, e a hipocrisia das pessoas que passam a vida a criticar e não têm alternativas para nada".

Se a Cilinha fosse um filme nos protagonistas da sua vida entrariam como pilares essenciais o seu marido e filha.





Nesse filme as grandes cenas, certamente as mais emotivas, seriam as em que estivesse a fazer voluntariado, como diz é:

"Apaixonada por ajudar os outros...Fiz, faço e farei, com toda a certeza, voluntariado. Gosto de fazer o bem sem olhar a quem e ajudar por ajudar!"

Para conhecermos a Cilinha temos de conhecer esse seu lado humano de entreajuda. Escutemos enquanto lemos com a nossa voz as suas próprias palavras:

"O meu voluntariado iniciou-se quando comecei a dar catequese já lá vão 14 anos. Semana após semana ter uma sala de crianças à minha espera faz-me sentir feliz.

Depois, vieram outros projetos, que entretanto tiveram um fim, mas com os quais aprendi muito.

Fiz rua no apoio às pessoas em situação de sem abrigo, dei apoio ao estudo numa casa de acolhimento de crianças, participei num projeto de trocas de bens, fiz Banco Solidário Animal e Banco Alimentar, estive envolvida num projeto de apoio às missões em África e agora dedico-me ao "meu bebé", e mais que tudo, o meu "Novelo Solidário"!


Neste trajeto tenho conhecido pessoas incríveis e com um coração maior que o meu. Fiz amizades que passaram do virtual para a real.

Neste momento, o tempo é muito pouco para tudo o que gostava de fazer mas vou continuar neste caminho que cada vez mais é o que me faz feliz!


O projeto Novelo Solidário nasceu a 26 de fevereiro de 2018 quando percebi que existiam muitas senhoras a gostar e a ter jeito para várias artes e com vontade de ajudar, mas sem saber como fazer. Resolvi servir de ponte e o grupo cresceu e neste momento tem mais de 2600 membros. Começámos por apoiar a Fernandinhos & Companhia, que funciona no Hospital Fernando da Fonseca, com peças para os prematuros. Depois, fui lançando várias iniciativas e todas com grande aceitação. Neste momento temos como iniciativas anuais, o Dia da Criança, Os aniversários e o Natal, dirigido a crianças institucionalizada, em que cada senhora se encarrega da prenda de uma das crianças. Em 2021, chegámos a cerca de 90 crianças! Temos algumas instituições que recebem pecinhas, feitas pelo grupo, para os enxovais que entregam às mamãs que apoiam e eu própria entrego "Enxovais Solidários", a mamãs em dificuldades e que nos procuram. Alargámos o leque e o ano passado chegámos a alguns lares de idosos, onde entregámos mantas, botas e aquece mãos."

Objetivos futuros?


"O meu principal objetivo é ser feliz e fazer felizes os que me rodeiam. Gosto de ajudar os outros e estar disponível para isso.


Fico de coração 💗cheio com pequenos nadas, que para mim são tudo!

Crescer e chegar a mais pessoas e instituições."


Iniciativas do projeto Novelo Solidário

Fotos: Lucília Fernandes

Mais sobre a Cilinha e o Novelo Solidário ?


Junta-te ao grupo do Novelo Solidário aqui.


A base é sempre ocupar quem tem jeito e gosto pelas as artes manuais e um coração cheio de vontade de ajudar!

Como ajudar? Gostando da página de facebook aqui. Aderindo ao grupo aqui. Dando a conhecer casos e instituições que necessitem de ajuda.

 


Lições de vida


-da Cilinha para nós-

"Por certo tenho inúmeras lições de vida que na altura não dei atenção. Com a idade vamos estando mais atentas!

A vida é feita de lutas e conquistas e desde cedo que luto pelos meus objetivos. Sempre gostei de ajudar os outros e desde cedo comecei a fazer voluntariado. A minha família embarca em todas as minhas "loucuras" e acompanham-me em tudo."

Alguns momentos que marcaram o meu percurso e do qual retirei algumas lições:

1- Vivenciar a dificuldade duma mãe com um filho, que fugiu da violência doméstica em que vivia. Lutou sozinha e teve a coragem de pedir ajuda. Acompanhei-a ao longo de algum tempo. Ajudei com o que estava ao meu alcance. Hoje, é uma pessoa que organizou a sua vida e ainda se corresponde comigo.

2- Perceber que muitas vezes é mais fácil colocar crianças em Casas de Acolhimento do que tentar apoiar e vigiar as famílias...


3-Ver as dificuldades em que vivem famílias, com filhos com necessidades especiais. Já juntei tampinhas, para algumas fazerem face às despesas com a reabilitação dessas crianças e fico de coração cheio sempre que alguma consegue chegar aos diversos objetivos de conseguir pagar mais uma sessão de fisioterapia ou a tão necessária cadeira de rodas.


4-Mais uma lição de vida, é que os animais são seres mágicos, e o de lá de casa é super especial. Em janeiro de 2015, após uma fase conturbada das nossas vidas, e muito a pedido da filhota, adotámos um gato que se revelou um fiel companheiro.

Estava no gatil duma associação. Fomos visitar o espaço e o "Tufa" conseguiu conquistar o nosso coração. Passou a fazer parte integrante da família e hoje não sabemos viver sem ele. Do mais meigo e brincalhão que pode haver!



5-A vida é para ser vivida, e curta demais para ser desperdiçada. Com o grupo consegui perceber a existência de muitas e variadas realidades. Temos desde as senhoras com trabalho e família, mas que arranjam sempre um tempinho para as artes manuais e para ajudar o próximo, as que já passaram por enormes perdas na vida, viveram momentos dramáticos e que encontraram no grupo uma companhia e uma forma de estar ocupadas, e as que apesar de sozinhas, se dedicam às mais variadas atividades e incluíram as atividades do grupo nessa lista! Algumas já passaram de amigas virtuais a reais e para todas tento ter uma palavra amiga e encorajadora.

Como não ser grata à vida com tudo o que me tem proporcionado?

Sentiste empatia por esta história? A Cilinha está disponível para receber e responder a todas as questões, curiosidades e/ou sugestões.

Envia-nos um email para geral@soloadventures.pt e nós fazemos chegar-lhe a mensagem.



Boas Aventuras,

Joana Feliciano & Lucília Fernandes



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