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Ubuntu, eu sou porque tu és


Há algum tempo que tinha este tema para partilhar, contudo senti a necessidade de percorrer o caminho até ao fim para poder distanciar-me suficientemente para te contar sobre ele. Em março de 2018 iniciei uma aventura que durou até janeiro de 2019, 11 bonitos meses onde as palavras 'empatia', 'autoconhecimento', 'serviço', 'resiliência', 'consciência cívica' foram algumas das mais mencionadas e onde conheci pessoas de vários pontos de Portugal e fora dele que vivem com a mesma missão que eu e provavelmente que tu. Queres descobrir?

Candidatei-me à 5ª edição da Academia de Líderes Ubuntu em 2018 por sentir ser o timing perfeito na minha vida para ter a disponibilidade física e mental para me comprometer a um programa de um ano. Há já alguns anos que a queria fazer porque tinha boas opiniões de amigas que trabalhavam no Terceiro Setor e que fizeram as primeiras edições e desde logo recomendaram a Academia como sendo "a minha cara". Eu fui acompanhando muito à distância mas sempre com esse objetivo na minha lista.

Este é um projeto da associação cívica sem fins lucrativos IPAV - Inst. Padre António Vieira que se baseia na filosofia "Ubuntu" que significa "eu sou porque tu és". Esta Academia vive entre grandes figuras de liderança servidora como são o Nelson Mandela, Martin Luther King Jr., Aristides de Sousa Mendes, Malala, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi e Desmond Tutu e tem como público-alvo pessoas "provenientes de contextos de exclusão social ou com aptidão para aí trabalharem".

Podem ler o meu testemunho mais abaixo onde vão ter mais detalhes sobre do que se trata.

Aproveito para divulgar que as candidaturas para a 6ª nova edição estão abertas (agora de 6 meses e não 1 ano) até dia 25 de janeiro!

O meu testemunho

Imagina um dia em que acordas ainda cansado/a, sabes que vai ser uma semana longa e tens mais tempo preenchido com tarefas e trabalho do que tempo para ti e para os teus. Apesar de te sentires assim e saberes o que tens de enfrentar tu levantas-te lentamente, pousas um pé fora da cama e arrastas o outro. Ergues-te e fazes tudo aquilo que tens de fazer porque sabes que isso tem muita força. Vais para o ponto encontro para estar com muitas pessoas logo pela manhã (sejas tu uma pessoa matinal ou não), para um sítio que não sabes qual vai ser e para fazer o que ainda também não sabes. Mas tu vais na mesma. Sabes que força é essa? A tua inabalável certeza que a existência neste mundo não pode passar intacta sem saberes qual o teu toque e como os outros que te rodeiam conseguem te tocar no sítio que mais te deixa desconfortável: o teu coração.

Ficas vulnerável porque vais percebendo que tudo o que pensavas ser talvez tu sejas mais ou até sejas menos, mas sabes que queres mudar isso. Vais aprender a confiar e a viver em empatia. Vais compreender-te a fundo olhando para além da ponta do iceberg que tens dentro de ti. Vais também entender os que te são mais próximos, mesmo que não os percebas nas suas atitudes, apredendo a julgar menos e a ajudar mais.

Ubuntu é isto. Cada pessoa aprende a ser mais no ‘nós’ mas não por isso descurando no seu ‘eu’.

Cada pessoa é ubuntu mesmo que à partida não o saiba porque pode não ter ainda sintonizado nessa frequência. Pode não ter feito uma devida - e acredito que merecida, pausa no seu quotidiano para se questionar sobre o papel que tem no mundo.

Umas das frases que mais me marcou por sentir que me assentava na necessidade que tenho de o potenciar nos vários meios (emprego, voluntariado, familiar, amigos, relacionamento, entre outros) em que me insiro: “não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz” de uma líder servidora que certamente já ouviste falar, a Madre Teresa de Calcutá.

Ubuntu tem sido um caminho com paragens para muitos exemplos de resiliência que me deixa sentir o meu redutor tamanho e em simultâneo a inspiração de querer fazer a mudança na superação de obstáculos. Mais do que inspiração este percurso tem dado as ferramentas para sabermos trabalharmo-nos, ao mesmo tempo que se trabalha com e para os outros. O impacto real tem-se revelado na forma como lido em relativização e consciência face aos pequenos desafios (isto é, o que podem ser considerados como problemas para alguns). Sei como me moderar para me tornar humanamente mais útil e feliz na construção de uma sociedade tolerante e em consciência cívica.

Deu-me também o incentivo necessário para tirar da gaveta uma projeto que foca no lado humano e inspirador que cada pessoa guarda em si, o Solo Adventures. Nele as viagens são as pessoas. Pretende empoderar e capacitar através da partilha de lições de vida. Tudo isto porque acredito que a mudança pode bem estar a uma história de vida de distância e tu também fazes parte dela.

Mais surpresas sobre este caminho?

Em breve publicarei sobre o fim deste percurso com a minha partilha de história de vida e onde podes encontrar muitas mais inspiradoras!

Boas Aventuras,

Solo Adventurer Joana

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