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Masturbação durante um relacionamento: uma contradição (des)complicada

Um relacionamento sério não invalida a necessidade de busca do prazer individual, seja com recurso à masturbação, seja através da visualização de pornografia. Algo aparentemente tão lógico é, ainda, incompreendido por muitos. Em diversos casos, a masturbação continua a ser vista como algo contraditório ao sexo entre o casal; como resultado de sexo insatisfatório; ou pior: traição.



Sabias que agora podes escutar os nosso artigos se não tiveres tempo para ler?


O autoconhecimento é sempre um benefício. Em qualquer aspeto da vida, um vínculo saudável com as nossas emoções e ações é um passo dado em direção ao bem-estar e à paz de espírito. No domínio da sexualidade, esta premissa também é, evidentemente, uma verdade. E refiro-me aqui, em particular, ao desejo de autoerotização, ou, no sentido mais popular do termo, à masturbação.


Porquê este assunto, especificamente? Resposta: é cada vez menos um tabu, mas é ainda um motivo de frustração e de ansiedade, sobretudo entre casais. Importa, por isso, ler e reler sobre o tema, porque, lá está, (auto)conhecimento é um benefício. Sempre.


Factos conhecidos: a masturbação é um dos meios mais úteis para explorarmos o nosso prazer e descobrirmos métodos para a intensificação do orgasmo. É um comportamento saudável, quer do ponto de vista psicológico, quer em termos fisiológicos. Agora, a tese que nem sempre é compreendida: as vantagens da masturbação não mudam no contexto de uma relação amorosa. Por outras palavras, um relacionamento sério não invalida a necessidade de busca do prazer individual, seja com recurso à masturbação, seja através da visualização de pornografia.


Algo aparentemente tão lógico é, ainda, incompreendido por muitos. Em diversos casos, a masturbação continua a ser vista como algo contraditório ao sexo entre o casal; como resultado de sexo insatisfatório; ou pior: traição. Pois é. A masturbação assusta. “Eu não sou suficiente, logo, o meu par procura prazer sozinho. E fá-lo fantasiando sobre outra pessoa. Estou a ser traído, ou traída”. E é assim que, por darem voz a estes pensamentos, há namorados, ou namoradas, a rivalizar com pornografia ou com brinquedos sexuais para conseguirem a atenção dos parceiros.


Acreditem: se houver algo de errado, vocês vão perceber. A falta de interesse não se esconde. Muito menos a falta de interesse sexual. É a isso que me refiro.


Vamos, em todo o caso, dissecar a insegurança. Por partes. Poder-se-ia dizer, desde logo, que a masturbação não exclui o sexo entre o casal; ao invés, complementa-o. Mas este não será, claro, o argumento mais viável para as mentes mais ansiosas. Por isso, vamos aos conselhos menos mansos. Mentalizem-se: não temos sequer o mais pequeno domínio sobre os comportamentos, ou, pior, pensamentos, dos nossos parceiros. Se acreditarem no oposto, vão prejudicar a vossa felicidade. Não interpretem a expressão de individualidade da outra parte como uma ameaça; isso pode esconder impulsos para a possessividade.


Lembre-se: nem ciúme, nem desconforto, nem frustração. Preocupemo-nos menos com a imaginação do nosso parceiro e mais com os nossos ‘delírios’. Os nossos medos falam sempre mais alto e o truque passa por abafar-lhes a voz. Saibam ouvi-la, sem amplificá-la. E deixem os vossos parceiros gozar, sem culpa, de um momento de prazer a sós. Todos merecemos isso.


Se a insegurança persistir, deem o próximo passo e conversem. Sem angústias, sem preconceitos e sem rodeios. Esse diálogo pode muito bem ser o combustível para uma relação mais forte. E, claro, para uma vida sexual mais feliz. Isso também importa.




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