Graças às redes sociais, nunca estivemos tão (des)conectados.
O vício que se enfrenta atualmente não está no telemóvel ou no computador. Mas quando desbloqueamos a tela dos nossos dispositivos, o vício encontra-se naquelas aplicações tão conhecidas, que às vezes notificam-se, outras não.
Há pessoas a gostarem, a comentarem, a mostrarem as novidades, a fazerem lives….
Existe uma série de redes sociais que dominam, por completo, a nossa atenção. Tu não queres ser dominada por elas… Tu queres ser livre delas…
A saúde mental
A nossa saúde mental define o nosso bem-estar emocional, psicológico, social e físico. Está intrinsecamente ligada à forma como pensamos, sentimos e agimos quando enfrentamos o quotidiano da nossa vida. Também nos ajuda a controlar e a determinar como lidamos com o stress, tomamos decisões ou nos relacionamos com as outras pessoas à nossa volta.
Ter uma boa saúde-mental implica estarmos bem, livres dos transtornos mentais e, acima de tudo, conscientes na nossa vida. A nossa saúde mental é crucial na nossa qualidade de vida.
Contudo, fala-se de uma saúde que, cada vez mais, envereda por caminhos sombrios e poucos são aqueles que reconhecem os impactos negativos que, numa nuvem nublada, paira sobre (quase) todos.

As redes sociais x saúde mental
Não se nega que as redes sociais vieram facilitar muitas coisas na nossa vida, essencialmente as relações. Aos que estão longe, alegram-se nas conversas e vídeo chamadas que, num passado não muito longínquo, eram mensagens por cartas e poucos telefones eram utilizados.
Na verdade… nem tudo é mau…
As plataformas podem ser bem aproveitadas, quando se tem as intenções certas e, acima de tudo, a consciência no lugar certo.
A utilização descontrolada traz consequências profundamente negativas para a nossa saúde mental e temos de conseguir reconhecer essas consequências.
Algures por 2019, o Instagram retirou o número de gostos nas publicações. Deixamos de ver quantos corações uma determinada imagem recebeu. As pessoas começaram a dar demasiada importância à quantidade de gostos que as suas fotografias recebiam, transformando-se assim numa silenciosa competição.

Por um lado, a felicidade e conquistas alheias. Por outro lado, quem não compartilha do mesmo estilo de vida, sente-se mal.
A vida apresentada nas redes sociais difere na grande maioria da realidade, uma vez que as pessoas partilham, de forma geral, aquilo que lhes é mais positivo e alegre.
Não precisamos de expor a nossa vida, por inteiro, numa rede social. Não é saudável e muito menos seguro.
Por outro lado, existe uma pressão danada em “não perder nada” nas redes sociais. Popularmente conhecido como FOMO - fear of missing out. Ou seja, existe um medo em estar a perder informação em relação aos outros, levando a um uso excessivo das redes sociais, a grandes níveis de ansiedade e stress e, ainda, prejudica tarefas importantes, como estudar ou alguma tarefa importante do nosso trabalho.
O que perdemos, na verdade, é um passeio ao ar livre na companhia de alguém querido. Um bom capítulo de um livro. Uma boa ida a um museu. O que perdemos, na verdade, é o tempo de qualidade.
Que não volta… e nem quer voltar.
Temos de ser conscientes e admitir essa nossa fraqueza para suprimir esse desconforto, que nos é reconfortado nas redes sociais.

Ciclo vicioso das redes sociais
Quando estamos ansiosos, stressados ou sozinhos temos tendência para usar muito mais as redes sociais, cuja intuição (inconsciente) é deixarmos de nos sentir aborrecidos ou sentimo-nos conectados com os outros.
Utilizar muitas vezes as redes sociais alimenta o “medo de ficar de fora” ou perder alguma informação, dando lugar a sentimentos de insatisfação ou isolamento.
Os sentimentos negativos gerados pelo mau uso das redes sociais podem traduzir-se em sintomas de depressão, stress e ansiedade.
Esse agravamento de sintomas conduz ao aumento das redes sociais e assim sucessivamente. Vivendo neste ciclo vicioso, que são as redes sociais.
Como podemos tornar o uso das redes sociais positivo?
É importante termos consciência desse nosso vício das redes sociais. Este é o primeiro passo para quebrar esse ciclo que nos consome e influencia negativamente a nossa saúde mental.
No entanto, há uma série de ações que podemos adotar, nomeadamente:
Termos consciência do tempo que gastámos por dia nas redes sociais, e depois determinar uma meta de tempo a reduzir.
Desligar o telemóvel ou afastá-lo em determinadas alturas do dia como, por exemplo, durante o trabalho, estudo, convívio com família ou amigos, e até mesmo durante a condução.
Desligar a internet do telemóvel quando vamos dormir.
Desativar as notificações do telemóvel, de modo a resistir ao constante alerta de mensagens ou notificações de redes sociais.
Limitar as redes sociais que usamos.
Estabelecer um período do dia para ir às redes sociais e responder a todas as mensagens, de uma vez só.
As redes sociais quando não são usadas com um propósito ou de forma moderada, tendem a desgastar a nossa mente. Não precisamos de, constantemente, ver e expor a vida. Há uma segurança que deve ser meditada. As vidas não são perfeitas e tudo o que se vê não corresponde à realidade.
Somos utilizadores massivos… Mas não devemos ser escravos. Porém, não devemos ser um, nem outro.
Pelo bem da nossa saúde mental!
Fica a sugestão de um documentário que expõe à luz da realidade, a verdade sobre as redes sociais: O dilema das redes sociais.
Até ao próximo artigo!

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