2. Validação
Ao longo da nossa vivência, assistimos e participamos – ainda que, com mais ou menos frequência – em fluxos de amor. Esta presença no nosso quotidiano pode levar a que nos consideremos familiarizados com eles, mas não significa que façamos a melhor gestão dos mesmos.
É certo que se pode tratar de algo bastante pessoal, e não há uma regra universal para esta gestão. Todavia, independentemente do grau de afetividade que possuímos, devemos estar a par do importante papel que o amor desempenha na nossa vida.
A tendência comum parece residir no foco do lado ativo que ocupamos nestes fluxos. Ou seja, tendemos a priorizar o amor que damos, deixando de reconhecer o amor do qual somos merecedores (venha ele de nós mesmos, ou de terceiros).
Olhamos para nós como fonte de amor e, não raras as vezes, esquecemos que merecemos, também, parte do amor que canalizamos para o exterior. Mas há que reconhecer que estas duas tarefas (de dar e receber), embora distintas, não se anulam. Isto porque não se trata de sermos o único elemento da equação, mas antes, de nos sabermos incluir também na mesma.
Devemos manter como ponto assente o facto de sermos, simultaneamente, remetentes e destinatários de amor. Além disso, é importante normalizar a ideia de sermos, nós próprios, um dos destinos para o amor que temos para dar.
Urge perceber e valorizar a receção de amor. Abrir portas e visualizarmo-nos enquanto recetores; pois só assim validamos o amor que nos é remetido. Porque não somos mais, nem menos, que ninguém. Somos tão merecedores de amor como qualquer outro indivíduo, independentemente do histórico pessoal que carregamos.
Encontramo-nos no próximo nível?
Beatriz Bernardo
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